sexta-feira, 20 de julho de 2007






PASSÍVEL DE SER AMADO
Marco Aurêh


Quantas canções absurdas
Eu poderia cantar pra você
Mas irremediavelmente estranho
Me proponho a ficar em silêncio
Mas não necessariamente ausente
E me pergunto em pensamento
Onde será que foi dormir nossa ternura
Nosso vaso de flores na janela aberta
Mas pode estar certa que ainda te vejo bela
Insegura donzela
Instável mulher
Que habita meu espaço inabitável
Mas constantemente amável

Amável
Passível de ser amado (coro)
Amável
Passivel de ser

segunda-feira, 16 de julho de 2007

A COR DO TEMPO
(Marco Aureh e Sylvia Orthof)


A COR DO TEMPO É AGUADA
A COR DE NEBLINA É AZUL
A COR DO TEMPO USA ÓCULOS
REQUEBRA NUMA BENGALA

A COR DO TEMPO É SEM COR
PARECE FILME ANTIGO
É UM TOM DE PIANOLA
OU TALVEZ VIOLINO

VIOLINO, VIOLINO, QUE LINDO

A COR DO TEMPO É SAGRADA
A COR DE NEBLINA É UM BLUE
A COR DO TEMPO USA PRÓPOLIS
É FESTA NUMA SENZALA

A COR DO TEMPO É INCOLOR
PARECE RELÓGIO ANTIGO
É UM SOM DE UMA VIOLA
OU TALVEZ VIOLINO

VIOLINO, VIOLINO, QUE LINDO

A COR DO TEMPO É SEM TEMPO
E O SEM TEMPO É A COR QUE DESPERTA
NUM ME LEMBRO
ACABA EM ESQUECIMENTO


OBS: Essa letra foi um dos últimos escritos de Sylvia quando no hospital. Foi distribuído em xerox no seu sepultamento, ao retornar a minha casa depois desse momento triste, musiquei esses versos chorando. Posteriormente, acrescentei algumas palavras mantendo a métrica e o sentido originais.

Marco Aureh é um músico completo. Toca flauta, violão e canta com magistrura.
Suas composições são multiplas e criadas com uma imensa facilidade. Trafegam entre o pop, as raízes brasileiras, o progressivo e toda a miscelânea adquirida ao longo de uma produtiva e criativa carreira.
Marco aureh é plural. Sua música remete ao sonho, ao amor, ao questionamento, a inquietação. Não ficamos passivos diante de sua sonoridade. Nos apaixonamos de imediato e, abruptamente, cedemos ao seu encanto.